Os eventos pós-pandemia: a tecnologia é aliada fundamental

Pensar muito a frente neste momento é trabalhar com previsibilidade, mas certamente é notório que algumas transformações serão profundas na interação durante os eventos. E, uma aliada que será fundamental, é a tecnologia. Será essencial adotar medidas de segurança e saúde nestes encontros.

Uma das ações mais importantes para as feiras no pós-pandemia é o monitoramento de multidões em tempo real. Criar processos com o auxílio da tecnologia para identificar e verificar os participantes, através de pulseiras, aplicativos de mapa de calor em locais mais movimentados que assegurem a saúde e proteção de quem está no evento. Cada vez mais vamos precisar estar atentos e de olhos bem abertos.

O que vocês acham? Sabem mais métodos de segurança nos eventos pós-COVID para discutir?

O que vem por aí? Frederico Pletsch responde cinco perguntas sobre o futuro do mercado

A pandemia do novo coronavírus trouxe uma série de mudanças para a sociedade. Adaptar-se ao trabalho remoto, ao fechamento temporário do comércio e lidar com a interrupção momentânea de parte da produção industrial foram alguns dos desafios enfrentados.

Para refletirmos sobre esse período de transformação intensa, convidamos o diretor e fundador da Merkator Frederico Pletsch para responder cinco perguntas sobre o futuro do mercado.

MERKATOR: O contexto criado pela pandemia de Covid-19 provocou uma mudança nos hábitos de consumo: as pessoas estão comprando de forma mais consciente e utilizando novas ferramentas para efetuar as suas compras. Como se preparar para oferecer uma nova experiência para este novo consumidor?

Frederico Pletsch: É difícil responder essa pergunta de forma definitiva, o mundo todo está se reestruturando, tanto a sociedade quanto o mercado. O certo é que essa mudança veio para ficar e as compras online terão grande força.

O consumo será mais pensado, consciente. O conceito de reaproveitar tudo aquilo que a gente usa estará mais forte na moda, por exemplo. É por isso que é importante que se encontre uma outra forma de incentivo à compra. No momento estamos vivendo uma fase muito dinâmica e de muitas transformações, então não temos como projetar o que vai acontecer, a única certeza é que as coisas mudarão e que o comportamento do consumidor não será mais o mesmo.

M: No panorama atual de mudança de comportamento e hábitos de consumo, qualificar suas equipes de trabalho pode ser uma saída para as empresas responderem a essas novas demandas do consumidor?

FP: Sim, será preciso pensar em qualificação e uma readequação para enfrentar o desemprego. Uma consciência desde o poder público até do empresariado. Vai ser preciso pensar em novas jornadas de trabalho, com horários diferenciados para criar vagas. De qualquer maneira, é preciso estar ciente de que essa retomada dos empregos e do próprio consumo será mais lenta.

M: Neste período onde as mudanças no ambiente de negócios têm acontecido tão rapidamente, também é preciso que as empresas sejam ágeis nas suas tomadas de decisão?

FP: É preciso estar atento a essas mudanças porque esse também é o momento onde surgem as grandes oportunidades…quando elas passarem, é a hora do “pulo do gato”.

Temos que nos preparar para estarmos em constante mudança, acompanhando as transformações deste novo cenário. Para isso é necessário ter uma boa equipe, que cresça junto e que esteja disposta a adaptar-se.

M: Pensando no cenário pós-pandemia, qual a importância das empresas fortalecerem o relacionamento com o mercado? Estabelecer parcerias será o caminho quando as atividades forem retomadas?

FP: Sem dúvida será preciso pensar em parcerias, em especial na indústria calçadista e varejista, trabalhando com produções mais exclusivas.

M: Ainda sobre a retomada das atividades, adaptar-se a esta nova conjuntura de cuidados e medidas de prevenção à saúde será fundamental. Como a Merkator pode ajudar as empresas a pensarem essa nova realidade que exige um ambiente mais seguro para seus funcionários e clientes?

FP: Provocando, inspirando. Trazendo nossos projetos, convidando a participar e desafiando as empresas a apresentarem seus produtos.

Quem é Frederico Pletsch, fundador da Merkator:

O diretor e fundador da Merkator iniciou sua trajetória profissional como representante comercial em 1967. Em 1974, fundou a Facson em sociedade com seu irmão, atuando com sonorização de eventos. No final dos anos 70, começou a trabalhar em feiras para a Fenac, atuando por quase duas décadas na comercialização de eventos como a Fimec – Feira Internacional De Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes. Em 1999, criou o SICC – Salão Internacional do Couro e do Calçado. Em 2003, fundou a Merkator, empresa que realiza também as feiras Zero Grau e 40 Graus.

O ingrediente base que mantém a vida cotidiana é o encontro

Uma necessidade humana insaciável e que é a base para manter a vida cotidiana seguindo em frente hoje se adapta. Se não pode ocorrer presencialmente, agora ocorre digitalmente. O encontro é o ingrediente que fortifica o ser humano e nos últimos meses descobriu novas formas para acontecer.

Todo o dia a dia gira em torno da interação. É partir da conexão de pessoas que novas ideias surgem, projetos se desenrolam e possibilidades são criadas. Por isso é essencial criar novas maneiras de contato para manter essa pulsação. A inovação pode surgir de todos os lugares, em qualquer momento, basta conectar-se agora metafisicamente com o outro para buscar uma nova solução.

Mais do que nunca o desafio se mostra para ser solucionado. A arte do encontro, mesmo que distante, precisa estar presente na rotina.

2 tendências para o futuro dos eventos

Tendência é uma coisa que a Merkator entende. Estas duas ideias para o futuro dos eventos vão ganhar cada vez mais visibilidade. 2020 é um ano que ficará marcado por ser a abertura de caminhos para inovações no segmento. Os eventos devem ficar mais plurais e diversos em todo o mundo.

Adicione vozes diferentes ao seu evento
Nossa sociedade está em um momento importante em que conta com ideias diferentes a serem debatidas. As pessoas querem ouvir vozes distintas para descobrirem seu ponto de vista. Leve ao palco do seu evento diversidade para despertar novas opiniões.

Versatilidade e multifuncionalidades
Cada aspecto do evento deve provocar alguma sensação aos participantes. Formate um evento versátil, com diversas pautas para discussão e com experiências multifuncionais interativas, que sejam digitais ou analógicas. Utilize de materiais e mídias envolventes para oferecer o máximo.

O negócio é valorizar encontros

Agora em que a o distanciamento social é uma realidade, a reflexão faz parte do dia a dia das pessoas. E a distância trouxe um entendimento unânime: o encontro precisa ser valorizado. A Merkator sempre acreditou na força que esse movimento tem e a importância para o mundo dos negócios.

A partir da coalização de encontros, novas ideias para projetos inovadores surgem, propostas que realmente podem mudar marcas, comportamentos e ações. É necessário começar a valorizar essas oportunidades para um crescimento em conjunto.

5 mudanças no comportamento dos eventos

O mundo DC, depois do COVID-19, certamente vai modificar o comportamento dos organizadores de evento e, claro, as interações dos participantes em feiras, congressos, etc. O relatório da UFI – The Global Association of the Exhibition Industry mostra diversas transformações que o segmento deve acatar para manter o cronograma em dia. A Merkator separou 5 para você já notar as diferenças.

* Adaptar o processo de credenciamento para reduzir o contato físico, incentivando o registro on-line sempre que possível e levando o crachá impresso de casa;
* Definir uma equipe de controle de notícias que acompanhe o período pré, durante e pós evento, recebendo todas as informações locais e rumores que possam ocorrer;

* Monitorar a multidão em tempo real com tecnologia que identifica participantes e locais mais movimentados através de pulseiras, aplicativos de mapa de calor, etc;
* Adaptar frequência do descarte dos resíduos no espaço onde ocorre o evento;
* Ativar política e conscientização de não contato, com saudações alternativas sem contato físico, pagamentos sem contato físico, espaços especiais, etc.

O que você achou dessas mudanças?

Collab: uma alternativa para trabalhar em conjunto

O termo é bem millennial porque representa inovação. As collabs são uma ferramenta para trabalhar em conjunto e contornar a crise. Ao realizar uma colaboração com alguma marca ou mesmo outra empresa, você está trocando público, engajamento, visibilidade e o mais importante, ideias.

Essa é uma forte tendência que facilmente pode ser adotada por todo tipo de negócio com diversas finalidades. Basta traçar uma estratégia positiva para as partes e planejar o projeto. Algumas parcerias que deram certo:
* Supreme e Louis Vuitton no desfile de outono/inverno de 2018 da linha masculina da LV;

* Mc Donald’s e Kopenhagen na edição de Mc Flurry com a “língua de gato” da Kopenhagen;
* Uber e Spotify oferecendo aos clientes escolherem a trilha sonora da viagem dentro do aplicativo da Uber;
* Samsung e Microsoft para criar e desenvolver novas soluções, atingindo um novo público.

Que tal chamar aquela marca que você acha interessante e propor uma parceria? Pode dar muito certo com o planejamento correto.

Perspectiva e planejamento: qual o próximo passo?

As decisões cada vez mais ficam com uma responsabilidade pesada, cada movimento do negócio importa e olhar o panorama geral a partir de agora é obrigatório. A palavra que necessita ser pregada diariamente é perspectiva. Buscar se distanciar e enxergar a marca de fora para dentro é um exercício de gestão que, sem dúvida, vai auxiliar você.

Observe as ações que estão sendo tomadas ao seu redor e interprete para a sua empresa. É a hora de olhar lá na frente com os pés no agora, com um planejamento bem amarrado. O seu trabalho neste momento vai refletir quando tudo isso passar. Nunca foi tão difícil ser firme em terreno movediço, mas com perspectiva as possibilidades surgem.